Pai
Sofres em silêncio.
Nessa cara
de ar intransponível,
os sentimentos que escondes.
O teu velar em silêncio
e distante,
podia mostrar indiferença.
Mas não, sofres quando sofro,
e triste ficas, quando estou.
As alegrias que sinto,
são também as tuas.
E a harmonia procuramos
partilhar.
Os meus êxitos,
são teus,
os meus, insucessos
são nossos.
As palavras, as conversas,
a educação e os princípios
que me deste,
fizeram-me homem.
O que de orgulho te enche.
Menino fui,
Homem sou.
E tu, qual patriarca,
ainda velas por mim.
Apesar do teu ar reservado,
o amor, embora doseado
foi-nos sempre dado.
Através do teu olhar
sabíamos como estar.
E apesar das travessuras,
ouve sempre ternura.
Trabalhos árduos passastes
para nos criar.
Podias connosco não brincar
mas pão sempre nos destes.
Hoje, pai a dobrar
dobras as preocupações,
mas não deixas de me amar.
Com os teus netos,
qual gaiato travesso,
partilhas brincadeiras e recordações.
E de coração aberto
vives as emoções.
Podia ser qualquer um
mas não, fostes tu
e eu,
podia ser de outro qualquer
mas não, sou teu.
E o orgulho, que mostras
em me chamar filho,
dá-me alento,
em que um dia,
também me chamem Pai.
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